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quinta-feira, 25 de março de 2010

CARTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

ESTOU REPASSANDO
RECEBI DE UMA AMIGA:

 Paulo de Faria Pinho

Prezado Senhor Presidente, hoje eu li uma declaração do senhor  eu leio tudo que o senhor fala porque o senhor é o meu guru. Afinal o senhor e eu falamos muito parecido. Nós dois estudamos português com o grande filólogo Ibrahim Sued  eu gostava do Turco, era gente boa, parecido com nós, ele também não era muito chegado a usar o tal do esse no final das frases  afinal eu acho uma grande estupidez esse (agora é pronome) negócio do objeto concordar com o sujeito. São duas coisas completamente diferentes. Objeto é coisa, tipo mala, cueca, dólar, dinheiro, mesada, sei lá, tem muita coisa que é objeto; já sujeito é gente, como o seu filho, gente mais do que legal o seu filhinho, bom de negócio, tem futuro o menino, valeu mesmo apostarem nele; gente é o José Genoíno, fantástico orador, como é bem articulado o seu companheiro, mal comparando, até faz lembrar o falecido Carlos Lacerda. Cara mais do que maneiro o Genoíno, um pouco ingênuo, fica assinando uns papéis sem ler antes, mas isso acontece com muita gente, o Senhor não precisa se preocupar; gente é o carequinha Marcos Valério,  tremendo criador de bois, vacas, cavalos e outro bichos. Por falar em bicho, e o Waldomiro? Por onde anda? Ele era assessor do seu amigo José Dirceu, esse também é gente, logo sujeito, sujeito de duas caras, é verdade, mas o Senhor sabe como é fazer plástica, parece que muda muito o sujeito. Eu nunca fiz porque sou duro, mas acho que estou precisando dar uma recauchutada. Mas se um dia fizer, quero fazer com o mesmo médico que operou o Zé Dirceu, médico bom tal aí, mudou a cara e o caráter do sujeito de uma só vez. Gostei muito! E tem muita mais gente, como o Luiz Gushiken, empresário desastrado, foi só deixar a empresa com os cunhados, assumir o ministério e as empresas começaram a dar um lucro do tamanho de um bonde, mas o Senhor também não precisa se preocupar porque como dizia o rei das favelas, o falecido engenheiro  sem diploma  Leonel Brizola, cunhado não é parente... E tem mais gente, como o tesoureiro Delúbio Soares, dizem que na outra encarnação ele trabalhou com um tal do Alí Babá. O Alí parece que dispensou os outros quarenta! Pois é, voltando ao que o Senhor falou que o Brasil não merece o que estão fazendo com ele, eu confesso que apesar de ser um profundo admirador do seu raciocínio sempre claro, dessa vez não entendi nada. Quem está fazendo uma sujeira que não tem mais nome - nome tem, só que não dá para escrever em um jornal de respeito, é exatamente o seu partido e toda essa gente que eu fui citando nessas mais do que mal traçadas linhas. E quando eu tentava com a minha pouca inteligência entender o que o Senhor queria dizer, vi que ao lado havia uma declaração de um senador do PSDB, um certo Arthur Virgílio, dizendo que o Senhor era, na melhor das hipóteses, idiota, e, na pior, corrupto. Senhor Presidente, confesso que fiquei muito chateado com esse senhor. Isso é falta de respeito com uma pessoa como o Senhor, um cidadão digno, que lutou toda a vida contra preconceitos, uma pessoa correta, um homem preocupado com o povo brasileiro, em acabar com fome, com a miséria, com o desemprego dos petistas, com as desigualdades, preocupado, no seu portentoso avião, em mostrar o mundo inteiro para o Senhor e sua Senhora  dizem que ela mandou fazer cem vestidos para todos os presidentes dos países que o Senhor está sempre visitando verem que a esposa do nosso amado Presidente sabe se vestir, um homem que para facilitar a vida política do Brasil criou trinta e cinco secretarias e ministérios, cobrindo, com tão desprendido gesto, todos os setores nacionais, um homem que vive preocupado com o boné de plantão, que tem de aturar dos arruaceiros do MST, pensar no vinho francês que vai beber no jantar  eta saudade boa dos tempos da caninha da roça, um homem que nunca se afastou das suas raízes populares, tanto que adora uma quadrilha, um homem que nunca perdeu a cabeça, perdeu uma parte do dedinho e conseguiu uma aposentadoria por incapacidade para trabalhar, o que sempre me pareceu muito justo, porque uma falange é fundamental para o exercício de qualquer profissão, até de Presidente da República  tem uns loucos, como o tal do Aleijadinho que amarrava um martelo e um cinzel em suas mãos destruídas e criava obras eternas, mas só louco é que faz uma coisa dessas, e o Senhor, de louco não tem nada, nem de idiota, como falou o senador despeitado. Ele tem é inveja do Senhor, do homem brilhante, gente de fé, sujeito, nunca objeto, que com sua inteligência conseguiu que cinqüenta e três milhões de idiotas votassem no Senhor.

    Paulo de Faria Pinho
advogado, com pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, poeta e escritor.





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Assistam o VIDEO D ANO!!! Incoerências e paradoxos presidenciais.